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Um trabalho desenvolvido com cerca de 30 espécies frutíferas nativas da Amazônia revelou a presença de componentes funcionais que podem tratar, prevenir e até mesmo curar doenças humanas. Esse é um dos referenciais que pode agregar valor à fruticultura amazônica, que já existe como atividade comercial mas ainda necessita de estímulos para ter representatividade no agronegócio brasileiro. A descoberta de novas potencialidades na qualidade dos frutos pode ser o pontapé para o estabelecimento da atividade agrícola regional.
Nos últimos anos, graças aos esforços de pesquisadores de universidade, da Embrapa e de outras instituições de pesquisa, uma série de trabalhos vem mostrando o valor do consumo de frutas nativas da Amazônia. De acordo com o pesquisador Leandro Camargo Neves, engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal de Roraima, merece destaque a cultura conhecida como camu camu, largamente conhecido na região norte, cujo extrato já é encontrado em farmácias do Centro-Sul brasileiro, mas que ainda tem uma exploração comercial aquém da desejada.
Segundo o pesquisador, a descoberta do potencial nutracêutico das fruteiras exige atenção e responsabilidade. Para que a produção nacional tenha seu valor reconhecido oficialmente, é necessário gerar patentes, mas para isso é necessário ter respostas claras e exatas.
— Trabalhando de maneira profissional, em não menos do cinco anos e não mais do que sete estaremos recomendando o consumo de alimentos a partir dessas matérias primas que são as fruteiras nativas da Amazônia visando a prevenção. Daqui a algum tempo a ANVISA poderá recomendar, por exemplo, o consumo de tantas gramas de certo alimento que possui determinado elemento para a prevenção da calvície. Isso poderá ser feito responsavelmente sem a necessidade de recomendação médica, podendo inclusive atingir o nível de tratamento — explica o pesquisador, citando como exemplo a recomendação recente do chá da folha da pata de vaca em substituição à medicação tradicional para o tratamento glicêmico.
Dado à morosidade do processo no Brasil, muitas vezes as matérias primas saem do País, são trabalhadas, experimentadas e processadas no exterior e voltam para o mercado nacional com preços exorbitantes. Para reverter esse quadro, é necessário valorizar os produtos nacionais.
— Em primeiro lugar, a visão de Amazônia para o brasileiro precisa ser mais clara. É necessário que as pessoas desmistifiquem o preconceito que existe, do possível subdesenvolvimento cultural, econômico e tecnológico. Também é essencial que os pesquisadores tenham apoio e suporte econômico para desenvolver seus trabalhos. Por ultimo, devemos garantir a fixação do setor agroindustrial através de incentivos tributários e políticas publicas q venham a estabilizar o setor na região norte. E isso deve ser feito visando o desenvolvimento sustentável, consorciado com floresta — conclui Leandro.
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